Mohammed Amzarba, o chefe da autoridade portuária de Aden, segundo a agência oficial de notícias Saba, disse na quinta-feira que o navio petroleiro chamado Dia havia começado a afundar após anos abandonado no porto. As autoridades teriam tentado rebocá-lo usando um rebocador antes que afundasse, mas houve falta de equipamento especializado.
Uma fonte anônima na autoridade portuária revelou que a mancha de óleo havia se espalhado ao longo da costa por cerca de vinte quilômetros.
Um membro do comitê de resgate ambiental em Aden, Ahmed Fahim, explicou que ninguém havia tomado “cuidado com a manutenção do petroleiro, então ele afundou e causou um desastre na costa”. Acrescentando que os peixes mortos “afundaram no litoral”.
Entretanto, de acordo com a Agência de Imprensa do Iêmen com sede em Sanaa, o ministro da Pesca do governo alinhado com os Houthi, Mohammed Al-Zubayri, acusou o governo internacional apoiado pela Arábia Saudita e o Conselho de Transição do Sul apoiado pelos Emirados Árabes, que controla grande parte da cidade portuária de ser responsável pelo derramamento de petróleo.
“Os navios da agressiva coalizão saudita-emiradense alocam óleos e resíduos perto das costas do Iêmen, com o objetivo sistemático de perturbar os portos e afetar o ambiente marinho”, disse Al-Zubayri, alertando que o derramamento de óleo afetaria peixes, ervas marinhas e recifes de corais.
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“Temos aproximadamente 290 pescadores desaparecidos devido a agressores sauditas que miram sistematicamente em pescadores”, acrescentou ele.
O naufrágio do Dia também reacendeu as preocupações ambientais e humanitárias pré-existentes sobre outro petroleiro abandonado, o navio FSO Safer de 45 anos, ancorado perto do porto estratégico do Mar Vermelho ocidental de Al-Hudaydah, que está sob bloqueio da coligação saudita desde março de 2015.
Tanto o governo de facto em Sanaa quanto em Riade trocaram acusações sobre quem é o responsável final pelo destino do petroleiro. No ano passado, um funcionário da Houthi anunciou que uma equipe de resgate havia sido enviada para o Safer para realizar trabalhos de manutenção.
O governo reconhecido pela ONU culpou as autoridades Houthi por qualquer vazamento do navio-tanque porque ele está atracado em território sob seu controle. Entretanto, Sanaa insistiu que é a coalizão que deve ser responsabilizada, pois controla as águas próximas ao navio e também impediu os Houthis de vender o petróleo que ainda está a bordo.
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