O governo egípcio começou a implementar a lei que estipula a demissão de membros da Irmandade Muçulmana de cargos públicos e privados, informou a Arabi21 nesta terça-feira.
O Conselho Supremo das Universidades do Egito, incluindo a Universidade Al-Azhar, solicitou listas de nomes de filiados da Irmandade Muçulmana.
Em uma declaração, o conselho confirmou que as universidades egípcias pretendem demitir aqueles fiéis a grupos e organizações “terroristas” e que buscam a assistência dos serviços de segurança para identificar os funcionários públicos.
Em 12 de julho, o Parlamento egípcio aprovou emendas legais expandindo a capacidade do governo de demitir funcionários públicos suspeitos de envolvimento com “grupos terroristas” sem ação disciplinar prévia, referindo-se aos filiados da Irmandade Muçulmana, bem como aos membros da oposição de esquerda.
A medida foi descrita como uma campanha para “purificar” os órgãos governamentais dos membros da Irmandade Muçulmana, classificada pelo Egito como um grupo terrorista.
Os juristas descreveram a lei como “racista”, afirmando que ela contradiz o artigo 53 da Constituição, que proíbe a discriminação entre egípcios.
Durante os últimos oito anos, o regime egípcio perseguiu os funcionários públicos filiados à Irmandade Muçulmana.
O ministro do Awqaf também revelou recentemente que doze mil khateebs – pessoa que realiza o sermão durante a oração da sexta-feira e do Eid – foram impedidos de liderar as orações de sexta-feira devido às alegações de adoção de ideologias “não moderadas”.
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