Uma delegação de seis iranianos exilados nos Estados Unidos há décadas e que apoiam a ocupação da Palestina por Israel visitou o Estado sionista, reportou o Jewish News Syndicate (JNS), na última semana.
Ellie Cohanim, ex-oficial americano que deixou o Irã pouco após a revolução islâmica, descreveu a visita a Israel como “histórica”. Em seguida, acusou Teerã de manter “grupos por procuração” na região, incluindo o Hamas na Palestina e o Hezbollah no Líbano.
“[A delegação] quer mostrar ao povo israelense, mas também a todo o mundo, seu apoio aos direitos nacionais de Israel à sua própria existência e sua autodefesa, sobretudo para opôr-se ao regime iraniano”, enfatizou Cohanim.
Outro membro do grupo, Ben Tabatabaei, enalteceu a amizade entre judeus e iranianos.
“O regime iraniano permanece em guerra com a cultura persa, sua civilização e seus valores”, argumentou Tabatabaei, ao retratar a visita como um “sonho de vida” e comparar as oportunidades da juventude israelense com as restrições no Irã.
Amir Hamidi, especialista em terrorismo global e figura de destaque na Administração de Fiscalização de Drogas (DEA) dos Estados Unidos, asseverou: “A república islâmica gere uma rede criminosa … ao comercializar drogas, armas e prostituição, como um cartel”.
Hamidi criticou ainda a educação de Ebrahim Raisi, ex-chefe do judiciário e presidente eleito do Irã, ao acusá-lo de sequer concluir o ensino fundamental. “Era chefe de um esquadrão da morte”, acrescentou em referência às campanhas de execução em 1988 e 2019.
No Twitter, ao avaliar seus planos de viagem a Israel, prosseguiu o dissidente iraniano: “Recebi uma torrente de apoio de gente no Irã, gente que não conhecia, dizendo, ‘Dê nossos cumprimentos a Israel’, ‘Diga a eles que os amamos’”.
Ahmad Batebi, que passou dez anos em uma prisão iraniana, acrescentou: “Minha irmã era parte da equipe nacional de karatê, com 52 medalhas internacionais. Mas jamais saberão seu nome pois é minha irmã. Contam as medalhas, mas jamais falam seu nome”.
Batebi apoia veementemente as sanções contra o Irã: “Tais medidas cortam o fluxo de capital da Guarda Revolucionária, é algo legítimo … e neste momento, sabemos que funciona”.
No domingo (25), em sua página do Twitter, a chancelaria israelense somou elogios à visita dos iranianos na diáspora: “É uma honra encontrar estes bravos indivíduos”.
Israel e Irã desfrutaram de laços diplomáticos por quase trinta anos, até a deposição de Mohammad Reza Pahlavi, em 1979, para dar lugar ao regime islâmico dos aiatolás, cuja contestação a Israel é um elemento central de sua ideologia.
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