O judoca argelino Fathi Nourine, que chegou à Argélia na noite de quarta-feira (28), expressou orgulho após sua decisão de se retirar dos Jogos Olímpicos de Tóquio para evitar uma eventual luta contra um competidor israelense.
No aeroporto de Argel, afirmou a repórteres: “Meu treinador e eu tomamos a decisão juntos e estou orgulhoso disso. Esta decisão me honra primeiro, honra minha família e honra o povo argelino e o estado argelino, porque o presidente Abdelmadjid Tebboune reiterou ao mundo que não consentimos com a normalização e apoiamos a causa palestina”.
“Estou feliz por ter incomodado a entidade sionista [Israel] e recebi telefonemas encorajadores do mundo árabe e islâmico”, acrescentou.
وسط هتافات لفلسطين.. الجزائريون ينظمون استقبالا حافلا للمصارع "فتحي نورين" الذي انسحب من #أولمبياد_طوكيو رفضا لمواجهة نظيره الإسرائيلي. pic.twitter.com/eV8y9H02RP
— الاستقلال – المغرب العربي (@estiklal_Maghrb) July 29, 2021
Nourine enfrentaria o sudanês Mohamed Abdalrasool, no dia 24 de julho, em sua primeira partida nas oitavas de final na categoria masculina até 73 kg. Em seguida, deveria enfrentar o atleta israelense Tohar Butbul.
No entanto, quatro dias antes da partida, Nourine anunciou que se retiraria do evento porque “a causa palestina é mais importante do que tudo isso; esta é uma decisão irreversível”.
Ao regressar à Argélia, declarou: “Fiquei chocado ao ver que o sorteio me colocava ao lado do lutador sionista, o que não esperava, mas não hesitei em tomar a decisão de desistir”.
O comitê executivo da Federação Internacional de Judô (FIJ) anunciou a suspensão temporária de Nourine e do seu técnico Ammar Benkhlef.
A federação descreveu a posição de Norine como “absolutamente inconsistente com nossa filosofia (…) que possui uma política rigorosa de não-discriminação e promoção da solidariedade como princípio fundamental, reforçado pelos valores do judô.”
Prosseguiu a entidade: “O judô é baseado em um forte código moral que incorpora respeito e amizade, a fim de promover a solidariedade. Não toleraremos qualquer discriminação, porque contradiz os valores e princípios básicos do nosso esporte”.
Nourine tomou uma decisão semelhante durante o Campeonato Mundial de Judô de 2019, também em Tóquio.
O judoca sudanês Mohamed Abdalrasool também abandonou as Olimpíadas deste ano para evitar um adversário israelense.
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