A Marinha dos Estados Unidos socorreu um petroleiro administrado por Israel na costa de Omã, após dois de seus tripulantes serem mortos por um provável atentado a drone, confirmou neste sábado (31) o exército americano, segundo informações da agência Reuters.
O Mercer Street — de bandeira liberiana e propriedade japonesa — foi atacado na quinta-feira (29) e resgatado pelo porta-aviões USS Ronald Reagan, informou o Comando Central do Exército dos Estados Unidos em comunicado.
“Experts da Marinha em aparatos explosivos estão a bordo para garantir que não há risco adicional à equipe e estão preparados para ajudar na investigação sobre o ataque”, reiterou o órgão responsável por operações americanas no Oriente Médio e Ásia Central.
“Indícios apontam claramente o uso de veículo não tripulado”, prosseguiu.
O chanceler israelense Yair Lapid culpou Teerã pelo incidente, que resultou na morte de um tripulante britânico e outro romênio, e exigiu uma forte resposta internacional.
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O regime iraniano não comentou as acusações até então.
Na noite de sábado, Lapid conversou com o Secretário de Estado dos Estados Unidos sobre o ataque, reportou o ministro israelense em sua página do Twitter.
“Trabalhamos juntos contra o terrorismo iraniano, que ameaça a todos nós, para formular uma resposta efetiva da comunidade internacional”, afirmou Lapid. “Teerã insiste no erro ao assimilar nosso compromisso em proteger a nós mesmos e nossos interesses”.
Fontes dos Estados Unidos e da Europa alegaram na sexta-feira que indícios de inteligência corroboram o Irã como principal suspeito do recente atentado.
A rede Al Alam TV, emissora em árabe do governo iraniano, citou fontes anônimas ao declarar que o ataque ao navio foi retaliação a uma suposta investida israelense no aeroporto de Dabaa, na Síria; contudo, sem conceder detalhes.
A empresa israelense Zodiac Maritime, que administra o Mercer Street, relatou na sexta-feira que a embarcação prosseguiu viagem sob controle de sua tripulação, em direção a um localidade segura, com escolta naval dos Estados Unidos.
Nos últimos meses, Irã e Israel trocaram acusações de sucessivos ataques marítimos.
Tensões escalaram no Golfo desde a restituição de sanções americanas a Teerã, em 2018, quando o então presidente Donald Trump abandonou unilateralmente o acordo nuclear assinado três anos antes com potências estrangeiras.
A Operadora de Comércio Marítimo do Reino Unido (UKMTO), que fornece informações de segurança sobre rotas navais, informou que o barco estava a cerca de 280 km a nordeste do porto de Duqm, no litoral omanense, quando foi atacado.
Segundo a rede de monitoramento Refinitiv, o petroleiro de tamanho médio estava a caminho de Fujairah, Emirados Árabes Unidos, após deixar Dar es Salaam, na Tanzânia.