Autoridades tunisianas executaram um mandado de prisão domiciliar contra o ex-juiz Bechir Akremi, sob ordem da Ministra do Interior Reda Gharslawi, reportou a rádio local Mosaique FM.
Segundo a decisão, Akremi está proibido de deixar sua residência por 40 dias, prazo aberto a extensão. Também não pode comunicar-se com ninguém sem o aval das autoridades.
Em 13 de julho, o Conselho Judicial da Tunísia suspendeu Akremi do trabalho ao acusá-lo de acobertar milhares de casos relacionados ao “terrorismo”, além de abusos cometidos nos processos sobre o assassinato dos ativistas Chokri Belaid e Mohamed Brahmi.
Não houve declaração oficial das autoridades tunisianas para confirmar a prisão.
A Tunísia vivencia uma crise severa, após o presidente Kais Saied destituir o premiê Hichem Mechichi, suspender o parlamento e assumir o poder executivo, no último domingo (25).
A maioria do parlamento rechaçou a investida de Saied, incluindo o partido islâmico moderado Ennahda, que classificou tais medidas como golpe de estado.
Sob uma série de decretos presidenciais excepcionais, diversos oficiais foram presos, incluindo o congressista Maher Zaid da coligação parlamentar al-Karama.
Saied insiste que suas ações visam “salvar o país”, apesar das acusações de golpe.
Até então, a transição democrática na Tunísia era considerada o único caso de sucesso entre os países árabes que vivenciaram revoluções populares e depuseram suas respectivas ditaduras, incluindo Egito, Líbia e Iêmen.