O retorno de Israel à União Africana (UA) como um estado observador desencadeou uma grande reação no continente, com cerca de 14 países dizendo estarem prontos para formar um bloco para rejeitar a adesão do estado de ocupação.
O jornal online Rai Al-Youm informou que a Argélia concordou com a África do Sul, Tunísia, Eritreia, Senegal, Tanzânia, Níger, Ilhas Comores, Gabão, Nigéria, Zimbábue, Libéria e Seychelles para expulsar Israel da UA.
É relatado que o novo bloco rejeitará a decisão de incluir Israel na UA para preservar os princípios da união e apoiar o Estado Árabe Palestino.
O ministro das Relações Exteriores da Argélia, Ramtane Lamamra, deve discutir a questão da adesão de Israel à União Africana em suas próximas viagens a Tunísia, Etiópia, Sudão e Egito. Ele já enfatizou que a Argélia não ficará de braços cruzados enquanto Israel tiver permissão para se juntar ao bloco com o consentimento de seus membros.
Embora Rai Al-Youm não incluiu a Namíbia em sua lista de países que concordaram com a Argélia para bloquear a admissão de Israel, o ministério de relações internacionais do estado do sudoeste africano divulgou uma denúncia veemente da decisão da UA de conceder o status de observador ao estado de ocupação.
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“Conceder o estatuto de observador a uma potência ocupante é contrário aos princípios e objetivos do Ato Constitutivo da União Africana”, disse Penda Naanda, diretora executiva do Ministério de Relações Internacionais e Cooperação da Namíbia, em uma declaração.
Naanda disse que era errado conceder a Israel o status de observador, especialmente neste momento, quando o Estado de Israel está aumentando seus atos de opressão em total violação do direito internacional e desrespeito aos direitos humanos do povo palestino. Ele enfatizou que a decisão da Comissão da UA foi contra os compromissos firmes e sólidos feitos por vários chefes de estado e governo africanos que apoiam inequivocamente a causa palestina.
“A Namíbia, portanto, se desassocia de conceder status de observador ao estado de Israel”, disse o comunicado.
A África do Sul foi um dos primeiros países a expressar condenação da decisão da UA. O país se disse “chocado” com a decisão de conceder o status de observador ao bloco de 55 países.