Residentes da província de Kassala, no Sudão, reportaram dezenas de corpos flutuando em um rio na fronteira etíope-sudanesa, segundo informações divulgadas hoje (3).
Os corpos foram encontrados no rio Setit, conhecido na Etiópia como Tekeze, que representa o atual limite de facto entre o território controlado pelas forças do Tigré e grupos armados de Amhara, ligados ao governo federal em Addis Ababa.
Tewodros Tefera, cirurgião que escapou da cidade fronteiriça de Humera, relatou à Reuters ter enterrado dez corpos nos últimos seis dias, além de repassar informações de pescadores e refugiados de que outros 28 corpos foram recuperados.
“Foram baleados no peito, abdômen e pernas … tinham também as mãos atadas”, confirmou Tefera. Segundo o médico, três corpos foram identificados com a ajuda de refugiados como pertencentes a nativos do Tigré, radicados em Humera.
Muitos tigrínios de Humera fugiram ao Sudão recentemente devido aos combates.
Humera massacre update:
Sudanese officials, media reporting dozens of decomposed bodies pulled out of river along border (Tekezze), some with gunshot wounds, some burnt.
Tigrayan in Humera say Amhara militias killed 00s of Tigrayan civilians in reprisals, dumped bodies in river
— Rashid Abdi (@RAbdiAnalyst) August 2, 2021
Oficiais sudaneses confirmam dezenas de corpos decompostos retirados de um rio ao longo da fronteira
Segundo uma testemunha: “Encontramos nove [corpos] … foram amarrados e estavam inchados, mas não vi marcas de tiros ou espancamento”.
O governo sudanês negou os relatos como “falsos” e culpou “propagandistas” do Tigré por supostamente difamar as autoridades.
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