A Anistia Internacional denunciou ontem (2) as autoridades libanesas por obstruir as investigações e a busca por justiça sobre a enorme explosão no porto de Beirute, que matou quase duzentas pessoas e deixou 300 mil desabrigados, um ano atrás.
“Ao longo do ano, os esforços das autoridades para proteger oficiais do escrutínio frustraram reiteradamente o curso das investigações”, advertiu a organização de direitos humanos.
“Autoridades dispensaram o primeiro juiz do inquérito, após convocar políticos para questionamento e rejeitaram até então os apelos do novo juiz para suspender a imunidade de parlamentares e indagar comandantes de segurança ligados à tragédia”, prosseguiu a nota.
A explosão que devastou Beirute
Em seguida, a Anistia condenou o governo libanês por fracassar “tragicamente” em proteger as vidas de seu povo, assim como falhou em resguardar direitos socioeconômicos.
“Ao bloquear as tentativas do judiciário de convocar políticos, as autoridades perpetraram mais outro golpe ao povo do Líbano”, reiterou a proeminente entidade internacional.
Dada a escala da tragédia, é aterrador ver o quanto as autoridades libanesas estão preparadas para se protegerem do verdadeiro escrutínio.
Lynn Maalouf, vice-diretora para Oriente Médio e Norte da África da Anistia, afirmou: “As autoridades libanesas prometeram um inquérito rápido; ao contrário, insistem em obstruir e postergar a justiça, apesar da campanha incansável de sobreviventes e parentes das vítimas”.
O governo libanês não comentou as denúncias da Anistia, até então.
LEIA: Protestos no Líbano bloqueiam estradas após renúncia de premiê designado