Um ano após explosão, Beirute carece de solidariedade global para o fim de crises

Uma Conferência Internacional de Apoio ao Povo Libanês juntou nesta quarta-feira (04/08) a comunidade internacional em Paris. O evento organizado pelas Nações Unidas e pelo Governo da França marcou um ano desde a explosão no porto de Beirute.

Na conferência, a vice-secretária-geral Amina Mohammed disse que existe uma oportunidade única de se “renovar o compromisso e prestar auxílio financeiro imediato e essencial para prevenir uma catástrofe humanitária”.

Recuperação

Amina Mohammed defendeu que não bastam os esforços de emergência por si só, mas apoiar a crise envolve lançar as bases para uma recuperação forte, inclusiva e de longo prazo em linha com a Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.

Para a vice-chefe da ONU, o momento atual é de solidariedade global para acabar com a catástrofe humanitária e econômica. A explosão que matou cerca de 200 pessoas causou milhares de deslocados.

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Mohammed disse que ainda é preciso apurar os fatos numa investigação imparcial, completa e transparente do incidente, no país que enfrenta uma das piores crises de sua história recente.

Ela destacou que a economia está em queda livre, as instituições e serviços básicos entrando em colapso, a sociedade se fragmentando e a população em extrema necessidade.

Sem governo

Com quase um ano sem governo e sob a liderança do primeiro-ministro indicado Najib Mikati, a expectativa da ONU é que haja uma rápida formação de um executivo libanês para implementar reformas e enfrentar as crises.

A vice-secretária-geral também defende que sejam criadas instituições fortes para oferecer alívio, justiça e indemnização aos que precisam no Líbano.

Para a vice-chefe da ONU “um governo de interesse nacional seguiria um curso ambicioso de reformas e restauraria a estabilidade, o crescimento e as perspectivas de um futuro democrático com maiores oportunidades e aproveitamento do potencial”.

A conferência destacou as necessidades urgentes da população libanesa, com mais da metade vivendo na pobreza. Um terço dos habitantes do país sofre de insegurança alimentar.

Ensino

Quase 4 milhões de pessoas correm o risco de não ter acesso à água potável. Centenas de milhares de crianças estão na iminência de abandoar a escola e o desemprego está aumentando.

A Unesco realçou que mobiliza fundos para recuperar parte das 226 escolas, cuja destruição deixou pelo menos 85 mil alunos afetados. Um total de 20 centros de treinamento e 32 instalações universitárias foi danificado na explosão.

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Publicado originalmente em ONU NEWS

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