O novo presidente iraniano Ebrahim Raisi prometeu ampliar suas relações com os países da América Latina, como prioridade máxima de sua política externa.
Raisi, a ser empossado nesta quinta-feira (5), expressou seu compromisso na noite de anteontem (3), durante um encontro com Sacha Llorenti Soliz, secretário-executivo da Aliança Bolivariana para os Povos da Nossa América (ALBA)
“O Irã está determinado a fortalecer ainda mais seus laços políticos e econômicos com os estados-membros do bloco, de acordo com nossos valores comuns e posições de ambos os lados”, declarou o ex-chefe do judiciário iraniano.
“Sem dúvida, ativar este nível de cooperação entre Irã e América Latina pode pacificar os americanos [estadunidenses] e outras nações arrogantes”, insistiu Raisi.
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De sua parte, Soliz enalteceu o iminente mandato do líder conservador em nome da ALBA, ao afirmar: “O objetivo de nosso bloco é ampliar cada vez mais as relações entre nossos estados-membros e a República Islâmica do Irã”.
Soliz reiterou ainda sua disposição em resistir às “demandas excessivas dos Estados Unidos”, como meta compartilhada por ambas as partes.
Após sua vitória eleitoral em junho, o clérigo linha-dura Raisi, próximo ao Supremo Líder Ali Khamenei, sucederá o presidente moderado Hassan Rouhani.
Segundo o jornal Tehran Times, a posse contará com a presença de dignitários de 73 países, incluindo dez presidentes, vinte chefes do legislativo, onze chanceleres, dezenas de outros ministros e representantes políticos e diplomáticos.
Raisi é criticado, porém, por diversos grupos de direitos humanos, acusado de coordenar a execução de milhares de presos políticos em meados de 1988, como um dos quatro juízes que presidiu os chamados “tribunais da morte”.
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