Tunísia não terá parlamento por meses, afirma líder político

O presidente tunisiano Kais Saied não permitirá o retorno do parlamento após o período previsto de trinta dias, de modo que deve emitir novos decretos para postergar a suspensão, confirmou ontem (5) Zuhair Maghzaoui, secretário-geral do Movimento Popular.

Em 25 de julho, Saied apelou ao Artigo 80 da Constituição para destituir o premiê Hichem Mechichi, congelar os trabalhos do legislativo, suspender a imunidade de ministros e indicar a si próprio como chefe da autoridade executiva até formar um governo.

O Movimento Popular é o único bloco parlamentar a declarar seu apoio às medidas de Saied, descritas pelo restante dos congressistas como golpe de estado.

“É extremamente improvável que o parlamento retorne da mesma forma”, declarou Maghzaoui à Mosaïque FM, ao reiterar que Saied planeja convocar um “referendo sobre o sistema”.

Maghzaoui alegou que o presidente concluirá a “reforma do parlamento” e enfatizou a importância de “não prolongar este período excepcional”, ao observar que o Saied deve “compor um novo governo o mais breve possível”.

O político tunisiano afirmou que o próximo passo é antecipar as eleições: “Como um movimento do povo, nossa relação com o presidente Saied não se baseia em interesses, mas sim prepara-se como partido para o próximo estágio do processo eleitoral”.

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