Na sexta-feira (6), a coalizão política tunisiana Nidaa Tounes (Chamado da Tunísia) estabeleceu uma série de condições para manter o apoio às controversas decisões do presidente Kais Saied, acusado de conduzir um golpe de estado.
O movimento exortou Saied a tornar público processos de segurança nacional, a começar sobre o suposto aparato secreto do partido Ennahda, casos de corrupção, assassinatos políticos, redes de contrabando e financiamento a atividades terroristas.
O Nidaa Tounes reiterou que seu apoio às “medidas excepcionais” não é absoluto, ao sugerir demandas em respeito à constituição e aos direitos públicos e individuais.
O partido reivindicou ainda que o mecanismo de nomeação do estado para cargos de alta hierarquia e a responsabilização de servidores públicos seja revista.
Segundo o movimento, é urgente instituir uma abrangente auditoria das finanças públicas, transações do banco central e instituições com recursos estatais, além da apreensão de propriedades públicas e privadas pelas forças de segurança.
O Nidaa Tounes destacou também a necessidade de mudar o sistema eleitoral, a fim de criar oportunidades a todos para emancipar uma “elite legítima” capaz de reformar o país.
Em 25 de julho, o presidente tunisiano destituiu o premiê Hichem Mechichi, congelou os trabalhos do legislativo, suspendeu a imunidade de ministros e indicou a si próprio como chefe da autoridade executiva até compor um novo governo.
Suas ações unilaterais foram descritas como golpe.
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