A Promotoria Pública de Israel submeteu ontem (8) um pedido para estender por seis meses o confinamento solitário do sheikh Raed Salah, líder do Movimento Islâmico no território considerado Israel — isto é, ocupado durante a Nakba em 1948, via limpeza étnica.
Khaled Zabarka, advogado de Salah, relatou à imprensa local que o pedido foi encaminhado “em nome da autoridade penitenciária da Corte Distrital de Beersheba”, com audiência marcada para esta segunda-feira (9).
Salah serviu diversas sentenças nas cadeias de Israel, em 1981, 2003 e 2010. Foi preso novamente no Reino Unido em 2011 e mais outra vez cinco anos depois. Desde sua última prisão, em 2017, permanece em custódia da ocupação.
O Alto Comitê de Acompanhamento dos Árabes em Israel reivindicou o fim dos abusos da autoridade carcerária sionista contra o sheikh Salah.
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“O isolamento de Salah é vingança política, jamais estipulada pela decisão judicial contra ele”, declarou a entidade em nota. “Salah permanece na solitária desde dezembro”.
O comitê palestino reiterou os riscos à saúde do líder idoso e responsabilizou as autoridades israelenses por eventuais crises.
Em julho, o Comitê de Liberdade do Sindicato dos Jornalistas da Palestina anunciou planejar “uma série de medidas contra atos praticados pelas autoridades prisionais de Israel contra Salah”, ao exortar o fim de seu confinamento solitário e outras políticas restritivas.
Salah foi detido por forças israelenses em agosto de 2017, acusado de incitação após criticar a instalação de detectores de metais no complexo da Mesquita Al-Aqsa, em Jerusalém.
Salah foi condenado a 28 meses de prisão por uma corte israelense e serviu onze meses, metade dos quais em confinamento solitário, antes de ser transferido à prisão domiciliar. Contudo, em agosto de 2020, voltou à cadeia para o restante da pena.