Nesta terça-feira (10), o movimento tunisiano Ennahda negou rumores de que a Argélia esteja mediando o diálogo entre seu líder partidário e chefe do parlamento Rached Ghannouchi e o presidente da república Kais Saied.
No início da semana, o presidente argelino Abdelmadjid Tebboune alegou à imprensa que a Tunísia resolverá sua crise em breve, ao enfatizar que a “Argélia não aceitará pressão de agentes estrangeiros sobre as autoridades tunisianas”.
Riad al-Shuaybi, assessor de Ghannouchi, redarguiu que o Ennahda não recebeu qualquer oferta interna ou externa de mediação sobre a crise.
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“Não houve contato entre o presidente da república e o presidente do parlamento desde a decisão [do chefe de estado] de congelar o legislativo e colocá-lo sob guarda do exército, impedindo seus membros de entrar no congresso”, afirmou al-Shuaybi.
“O movimento Ennahda assumiu medidas para manter a paz civil e abrir oportunidades de uma solução que preserve o caminho democrático e retome as atividades do parlamento”, prosseguiu. “Porém, até então, não temos sinais positivos nesta direção”.
Desde 25 de julho, a Tunísia vivencia uma grave crise política, após Saied destituir o premiê Hichem Mechichi, suspender os trabalhos do parlamento, revogar a imunidade de ministros e congressistas e outorgar a si própria máxima autoridade executiva.
Os avanços de Saied foram descritos como golpe de estado.