Israel congelou a maioria das ordens de demolição de casas palestinas no bairro de Silwan em Jerusalém. No entanto, o mesmo tribunal que ordenou o congelamento, também permitiu a demolição de 16 casas, sugerindo que se trata apenas de um atraso e não de uma anulação das ordens.
O juiz Sigal Albo, do Tribunal de Assuntos Locais de Jerusalém, disse que havia chegado à conclusão de que “há espaço para conceder uma prorrogação específica”.
Apesar dessa extensão, as famílias veem isso apenas como um adiamento da demolição inevitável, e não como uma vitória. Essas opiniões foram repetidas por Ziad Kawar, o advogado que representa os residentes da área de Al-Bustan, em Silwan, que disse à AFP que a decisão do tribunal foi apenas um “progresso”, mas “não uma vitória”.
Os protestos eclodiram e foram reprimidos brutalmente em Jerusalém – e em outros territórios palestinos ocupados e países no exterior – em maio deste ano, quando os tribunais israelenses retomaram as ordens para apreender casas palestinas no bairro de Sheikh Jarrah e, no mês seguinte, demolir casas em Silwan. As ordens judiciais foram adiadas até este mês.
Os proprietários das propriedades nos bairros de Jerusalém Oriental, particularmente Silwan, que abriga entre 30.000 e 50.000 palestinos, agora estão tentando manter suas casas por meio de vias legais nos tribunais israelenses.
Os clientes da Kawar, por exemplo, têm solicitado licenças de construção retrospectivas para suas casas. Eles apontaram que construíram as casas em seus próprios terrenos e propriedades privadas, ao contrário da afirmação israelense de que construíram as casas em terras públicas.
As autoridades de ocupação israelense na cidade rejeitam quase todos os pedidos de licença de construção pelos palestinos. “Não é possível [para os palestinos] obter licenças lá”, confirmou Kawar.
Desde o início deste ano, pelo menos 81 casas palestinas em Jerusalém Oriental foram demolidas por ordem das autoridades de ocupação israelenses. Os proprietários foram forçados a realizar as demolições ou pagar às autoridades para fazerem o trabalho.
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