A Promotoria Militar da Líbia emitiu um mandado de prisão contra Saif al-Islam Gaddafi, filho do falecido ditador Muammar Gaddafi, por acusações de assassinato e recrutamento de mercenários estrangeiros, reportou ontem (11) a imprensa local.
A emissora de televisão al-Ahrar, entre outras redes, relatou que o gabinete da Promotoria Militar ordenou prender e interrogar Saif na última quinta-feira (5).
As diretrizes da promotoria pública foram emitidas em comunicado às forças policiais e militares — incluindo Polícia Militar, departamentos de inteligência, aparato de combate ao terrorismo e crime organizado, agência de segurança interna e Ministério do Interior.
O comunicado autorizou ainda o uso da polícia e do exército conforme jurisdição territorial, para realizar a prisão de Saif, como parte de “investigações criminais em curso … relacionadas a assassinatos cometidos por mercenários de nacionalidade russa”.
Com apoio de regimes árabes e ocidentais, sob comando do general renegado Khalifa Haftar, grupos paramilitares e mercenários estrangeiros tentaram capturar Trípoli, capital do país e sede do governo reconhecido internacionalmente, entre abril de 2019 e março de 2020.
Saif al-Islam é um dos filhos do coronel Muammar Gaddafi, que governou a Líbia com mão de ferro entre 1969 e 2011, quando foi deposto e morto por uma revolução popular.
O filho do longevo presidente é procurado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), com sede em Haia, sob acusações concernentes a crimes de guerra.
Em 17 de maio, Fatou Bensouda, então promotora-chefe da corte internacional, reiterou: “Ou Saif al-Islam Gaddafi se rende ou as autoridades líbias terão de entregá-lo a nós”.
Segundo analistas, antigos apoiadores de Gaddafi queriam indicar Saif como candidato nas eleições presidenciais em dezembro próximo, com apoio da ingerência russa no país e de grupos tribais ligados à família e sua autocracia.
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