O Ministério da Defesa espanhol descartou a possibilidade de modificar a sua estratégia de defesa em relação às cidades de Ceuta e Melilla, após saber que o Marrocos concordou em adquirir equipamento militar da Turquia.
Recentemente, reportagens da imprensa afirmaram que Rabat está negociando com a Turquia a compra de 22 helicópteros de reconhecimento e ataque T-129 a um custo de aproximadamente US$ 1,4 bilhão, além de 12 drones turcos para monitorar as fronteiras de Ceuta e Melilla.
Anteriormente, um relatório intitulado ‘Marrocos, Gibraltar e a Ameaça Militar à Espanha’ elaborado pelo Instituto de Estudos de Segurança (ISS) alertava para o ambicioso programa de armamento que Marrocos implementou nos últimos anos, que inclui a aquisição de equipamento militar no valor de US$ 20 bilhões.
Na sua resposta ao fato de Madrid ter planos de mudar a estratégia de defesa em Ceuta e Melilla face ao rearmamento efetuado pelo Marrocos, a ministra da Defesa espanhola, Margarita Robles, sublinhou que “o país vizinho merece o maior respeito”.
Acrescentou que a política de defesa da Espanha segue as posições da União Europeia e da OTAN, e executa as tarefas desempenhadas pelas Nações Unidas, enquanto o “Marrocos não pertence à União Europeia nem à OTAN”.
As relações entre Marrocos e Espanha têm estado tensas após a decisão de Madrid de acolher o líder da Frente Polisário, Brahim Ghali, que usou uma identidade falsa para entrar no país no final de abril. A crise foi agravada pelo afluxo de cerca de 8.000 migrantes irregulares entre 17 e 20 de maio para o outro enclave controlado pelos espanhóis no norte de Marrocos, a cidade de Ceuta.
Ceuta e Melilla, bem como as ilhas Aljaferia e outras ilhas rochosas do Mediterrâneo, ainda são detidas pela Espanha. O governo de Marrocos considera todos eles como “postos avançados ocupados”.
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