A organização de direitos humanos Adalah (Centro Legal para os Direitos das Minorias Árabes em Israel), pediu esclarecimentos urgentes ao procurador-geral de Israel, Avichai Mandelblit, sobre as medidas tomadas pelos municípios de Netanya, Akka e Hadera, que aplicaram medidas impedindo o acesso de palestinos às praias. “Medidas racistas estão sendo tomadas ilegalmente sem autoridade”, diz Adalah.
O advogado da ONG Adalah, Rabea Eghbariah, enviou uma carta no dia 5 de agosto ao procurador-geral, depois que Akka e Netanya aplicaram medidas para evitar que os palestinos frequentassem suas praias, com o pretexto de serem medidas para evitar a propagação do coronavírus. A organização argumenta que as medidas foram tomadas ilegalmente sem qualquer autoridade.
Em 4 de agosto, o conselho municipal de Akka determinou que uma cerca seria erguida ao redor da praia para permitir a entrada apenas de portadores de certificados “Green Pass”, que provam a vacinação contra covid-19. Mas, Adalah argumenta que as cidades estão usando a pandemia como pretexto para mascarar suas políticas de apartheid contra palestinos.
Um dia depois da determinação, o jornalista Rafat Aker, cidadão palestino israelense, filmou inspetores municiais impedindo que um ônibus com palestinos – que fizeram uma viagem de um dia da cidade de Jenin, Cisjordânia, para Akka – entrassem na praia, apesar de alguns palestinos terem a declaração da vacina e permissão legal de entrada e permanência. O vídeo mostra a polícia israelense obrigando os palestinos a voltarem para o ônibus e os acompanhando para fora da cidade.
“As imagens vistas em Akka não deixam espaço para a imaginação: Os inspetores municipais expulsaram à força os palestinos fora dos limites da cidade apenas porque são palestinos”, disse o advogado Eghbariah. “O município está agindo sem qualquer autoridade”.
Por lei, os regulamentos da covid-19 em Israel são determinados exclusivamente pelo governo israelense, e atualmente não incluem nenhuma restrição à circulação em espaços públicos abertos.
A organização destacou que durante a reunião do conselho municipal, o prefeito de Akka, Shimon Lankri, deixou claro o preconceito contra as regiões palestinas.“No último mês, tivemos um fracasso nesta cidade – não apenas isso – um grave fracasso sanitário como nenhum outro, de ônibus vindos da Judéia e Samaria [ Cisjordânia], Nablus, Jenin, Hebron, e outros”, disse ele completando que era dever da cidade impedir a entrada deles nas praias.