O Tribunal Penal Internacional (TPI), sediado em Haia, está avaliando a possibilidade de abrir uma investigação sobre Israel pela demolição de dezenas de casas palestinas na aldeia de Khirbet Humsa, na região ocupada do Vale do Jordão.
A deliberação serve de resposta a uma petição intitulada “Práticas de Israel como crime de guerra”, de autoria da organização Combatants for Peace, que abrange ex-soldados israelenses e ativistas palestinos que trabalham juntos contra a ocupação.
Argumentou a petição: “Ao mesmo tempo que age para expulsar a comunidade pastoril de Khirbet Humsa, o exército [israelense] encontra soluções criativas para assentar colonos no local e nos arredores da zona de disparos n° 903, o que demonstra que a demanda por ‘treinamento’ é apenas um pretexto para mudanças demográficas”.
Em julho, forças israelenses demoliram casas e estruturas civis e apreenderam pertences de sessenta palestinos residentes na aldeia, situada em uma área declarada pelo exército da ocupação como “zona de disparos n° 903”.
Trata-se da terceira campanha de demolição deste tipo, perpetrada por Israel, em 2021.
Em junho, cerca de cinquenta políticos europeus, incluindo ex-premiês e ministros, denunciaram as tentativas de Israel de difamar a corte internacional em Haia como antissemita, a fim de obstruir suas investigações por justiça.
Em carta conjunta divulgada pelo The Guardian, os signatários lamentaram a “escalada de ataques ao TPI, sua equipe e grupos da sociedade civil colaboradores” e rechaçaram esforços para “prejudicar a investigação de crimes cometidos nos territórios ocupados”.
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