Ao menos 28 pessoas foram mortas e outras 79 ficaram feridas após a explosão de um tanque de combustível no norte do Líbano, na manhã deste domingo (15), reportou o Ministério da Saúde, conforme informações da agência Reuters.
Fontes de segurança confirmaram que a explosão ocorreu após o exército apreender tanques de combustível comercializados clandestinamente em meio à crise que assola o país.
O Líbano sofre de grave escassez de combustíveis, com enormes filas nos postos de gasolina e extensivos blecautes.
O mais recente desastre ocorreu na pequena cidade de Altalil, na região de Akkar, uma das áreas mais pobres do Líbano. Cerca de 200 pessoas estavam próximas no momento da explosão, relataram testemunhas.
O Ministro da Saúde Hamad Hassan (em exercício) afirmou que os piores casos de queimaduras e afins demandam tratamento no exterior para salvar as vítimas.
Policiais e militares estão entre as baixas.
Há diversos rumores sobre a causa da explosão.
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“Havia muita gente e uma discussão levou a tiros que atingiram o tanque de gasolina, que então explodiu”, alegou um policial.
Segundo a televisão libanesa Al-Jadeed, no entanto, testemunhas alegaram que o incidente foi causado por uma pessoa que acendeu um isqueiro.
Abdelrahman, cujo rosto e corpo estavam cobertos de gaze no hospital al-Salam, em Trípoli, estava na fila para obter gasolina, quando o tanque explodiu. “Havia centenas de pessoas, bem perto do tanque, e só Deus sabe o que aconteceu com elas”, declarou.
O pai de outra vítima hospitalizada em al-Salam reiterou que dois de seus filhos ainda estão desaparecidos. A Cruz Vermelha encaminhou equipes para auxiliar no resgate.
Residentes indignados de Akkar reuniram-se no local e incendiaram dois latões de lixo, segundo relatos concedidos à Reuters.
Com o colapso econômico no Líbano, hospitais alertaram que a falta de combustível — além de remédios e outros suprimentos — deve forçá-los a fechar as portas nos próximos dias.
“O massacre em Akkar não é diferente do massacre no porto”, comentou o ex-premiê Saad Hariri, em sua página no Twitter, em referência à enorme explosão no porto de Beirute, em agosto do último ano, que deixou mais de 200 mortos e devastou a capital.
Hariri exortou oficiais libaneses, incluindo o presidente, a assumir responsabilidade e renunciar. O ex-premiê é um proeminente político sunita, grupo religioso hegemônico no norte do país, e veemente opositor ao presidente Michel Aoun.
Aoun expressou condolências no Twitter: “Esta tragédia que recaiu sobre nossa querida Akkar fez sangrar os corações de todos os libaneses”. O presidente destacou ter solicitado uma investigação do judiciário sobre as circunstâncias da explosão.