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Talibã declara fim da ocupação estrangeira no Afeganistão

Zabihullah Mujahid, porta-voz do Talibã, em Cabul, Afeganistão, 17 de agosto de 2021 [Sayed Khodaiberdi Sadat/Agência Anadolu]

Nesta terça-feira (17), o Talibã declarou o fim dos “vinte anos de guerra” e da “ocupação de forças estrangeiras” no Afeganistão, após a rendição de forças oficiais e a fuga do presidente Ashraf Ghani ao Tajiquistão, segundo relatos.

“Logo chegaremos a um acordo através do qual um governo islâmico será estabelecido no país”, afirmou Zabihullah Mujahid, porta-voz do Talibã, em coletiva de imprensa, ao prometer segurança às embaixadas estrangeiras no país.

Mujahid anunciou uma anistia a todos os afegãos, incluindo ex-soldados e aqueles que trabalharam com as tropas estrangeiras e conclamou a comunidade internacional a apoiar o movimento, além de consultá-lo sobre seus anseios em torno do novo regime.

Mujahid descreveu as milhares de baixas civis durante as últimas duas décadas de guerra como “dano colateral” decorrente da “invasão”.

Em seguida, alegou que mulheres poderão estudar e trabalhar, embora de acordo com as “leis sharia” — isto é, preceitos da tradição islâmica, conforme interpretação do grupo.

Sobre a liberdade de imprensa, Mujahid condicionou sua garantia ao respeito aos “valores islâmicos” e “neutralidade” por parte das agências de notícias, de modo que nada seja transmitido em prejuízo dos “interesses nacionais”.

Nesta quarta-feira (18), um oficial sênior do Talibã confirmou à Reuters que os líderes do grupo se apresentarão ao público. “Devagar, pouco a pouco, o mundo verá nossos líderes, não haverá sombras ou segredos”, insistiu; porém, em condição de anonimato.

Segundo o oficial, os combatentes do grupo islâmico receberam ordens para não celebrar sua rápida tomada do país — incluindo a captura da capital Cabul e do palácio presidencial no último domingo (15) — e reiterou que civis devem entregar armas e munições.

Há temores de que o retorno do Talibã ao poder, após vinte anos de ocupação militar dos Estados Unidos e países aliados, possa levar à revogação dos direitos das mulheres e a uma sociedade opressiva e fundamentalista.

LEIA: Catar e Talibã discutem os últimos desenvolvimentos no Afeganistão

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