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Egito planeja instalar ‘cidade da justiça’ na nova capital

Vista aérea das obras em curso do megaprojeto da ‘Nova Capital Administrativa’ do Egito, 45 km a leste do Cairo, em 13 de março de 2020 [Khaled Desouki/AFP via Getty Images]
Vista aérea das obras em curso do megaprojeto da ‘Nova Capital Administrativa’ do Egito, 45 km a leste do Cairo, em 13 de março de 2020 [Khaled Desouki/AFP via Getty Images]

O presidente e general egípcio Abdel Fattah el-Sisi ordenou ontem (18) que seja construída uma “cidade da justiça” nos arredores da Nova Capital Administrativa.

Em comunicado, a presidência confirmou que as designações de Sisi foram feitas “durante reunião com o Ministro da Justiça Omar Marwan”.

“A medida busca alcançar integração entre os símbolos das principais autoridades do estado — executivo, legislativo e judiciário — dentro de um único alcance geográfico que reflete os pilares da Nova República e todos os seus componentes”, alegou a nota.

O regime egípcio reiterou que a “cidade da justiça” será composta de “um complexo central para tribunais, um centro de estudos e diversas outras instalações de serviços”.

“O governo também fornecerá habitação a funcionários públicos na capital”, prosseguiu.

A cidade é o maior dentre uma série de megaprojetos de infraestrutura de Sisi, cujo objetivo é inaugurá-los em breve para marcar o nascimento da “Nova República”.

Embora a esplanada dos ministérios esteja quase completa, outras áreas e redes de transporte continuam em obras. Alguns egípcios temem que a capital seja inacessível e insustentável.

A nova cidade — conhecida como Nova Capital Administrativa — deve cobrir 700 km².

A primeira fase do projeto, equivalente a 168 km², comporta ministérios, bairros residenciais, um quarteirão diplomático e um distrito financeiro. Uma enorme mesquita e uma catedral, além de um hotel e um centro de conferência, já foram construídos.

Com parques e avenidas de árvores alinhadas, a cidade deve consumir ainda 650 mil m³ de água por dia, a despeito dos recursos escassos da nação norte-africana.

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Quando concluída — após as outras duas fases do projeto, em grande parte, residenciais —, a nova capital egípcia deve abrigar seis milhões de pessoas.

O plano deverá levar décadas para ser finalizado, mas o governo espera funcionar normalmente em meio às obras, insistiu Amr Khattab, porta-voz do Ministério da Habitação, responsável por executar partes do projeto.

Ainda não está claro a dimensão e a velocidade da mudança no centro de gravidade egípcio de sua capital histórica para o novo local, a cerca de 45 km de distância do Nilo.

Por ora, milhares de blocos residenciais permanecem vazios em ambos os lados da rodovia que leva à nova cidade.

A conclusão do distrito de negócios, ainda a ser comercializado, está prevista para 2023.

Redes de trens elétricos e monotrilhos ainda estão em construção. Ônibus fretados serão disponibilizados aos primeiros 50 mil funcionários públicos reassentados na área.

Cerca de cinco mil e 20 mil unidades residenciais já foram vendidas no primeiro distrito residencial, com previsão de mudança para o próximo maio, prometeu Khattab.

Sisi anunciou previamente 1.5 bilhões de libras egípcias — isto é, US$96 milhões — em incentivos a funcionários públicos designados à cidade.

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