O Presidente da Turquia Recep Tayyip Erdogan exortou ontem (19) os estados europeus a assumirem responsabilidade pela iminente onda de refugiados do Afeganistão, ao reiterar que seu país não será “depósito de imigrantes da Europa”, após a ressurgência do Talibã.
As informações são da agência Reuters.
Desde a queda de Cabul, no domingo (15), milhares de pessoas tentam deixar o país, sob receios da violenta interpretação da lei islâmica adotada pelo Talibã em seu primeiro governo, entre 1996 e 2001. As imagens de caos e desespero tomaram as manchetes.
Milhares de afegãos já atravessaram a fronteira com a Turquia nas últimas semanas, à medida que o grupo paramilitar fundamentalista varria o país em direção a Cabul.
Após reunir-se com seu gabinete de governo, Erdogan reiterou que a Europa precisa assumir a responsabilidade pelo êxodo afegão e confirmou que pretende reforçar as fronteiras turco-iranianas — rota predominante para os refugiados.
O presidente turco sugeriu ainda que seu regime pode engajar-se em diálogo direto com o novo governo do Talibã, a fim de debater “agendas comuns”.
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), há hoje quatro milhões de refugiados na Turquia — na maioria, sírios. Imigrantes afegãos representam o segundo maior grupo, equivalente a 200 mil pessoas.
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