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Rússia e China devem ‘moderar’ Talibã, demanda Reino Unido

Tony Blair, ex-premiê britânico, chega à sede do governo em Londres para cerimônia memorial, em 8 de novembro de 2020 [Tayfun Salci/Agência Anadolu]

O governo britânico terá de dialogar com Rússia e China para que exerçam uma “influência moderadora” sobre o Talibã, apesar da desconfiança entre Londres e tais regimes, advertiu o Secretário de Relações Exteriores do Reino Unido Dominic Raab.

As informações são da agência Reuters.

“Teremos de nos engajar com países que detém influência potencialmente moderadora, como Rússia e China, por mais desconfortável que seja”, afirmou Raab ao Sunday Telegraph.

Na última semana, o Talibã capturou a cidade de Cabul, capital do Afeganistão, após uma rápida retirada das tropas dos Estados Unidos, incitando a fuga de milhares de pessoas sob receios de um retorno ao regime fundamentalista de duas décadas atrás.

As relações entre Reino Unido e China permanecem conturbadas sobre diversas questões, incluindo Hong Kong e abusos de direitos humanos contra a minoria uigur.

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Por outro lado, laços entre Londres e Moscou estão paralisados desde 2018, quando o ex-espião Sergei Skripal, a serviço do serviço de inteligência britânico MI6, foi envenenado com um agente neurológico de origem soviética, conhecido como Novichok.

A crise diplomática russo-britânica deteriorou-se ainda mais após o regime de Vladimir Putin ordenar a saída de um correspondente da rede BBC em Moscou.

O Reino Unido evacuou 3.821 pessoas de Cabul desde 13 de agosto, segundo o Ministério da Defesa — 1.323 pessoas foram transportadas ao país, incluindo funcionários da embaixada, cidadãos britânicos e refugiados elegíveis à Política de Assistência e Relocação Afegã (ARAP).

Blair condena ‘abandono’ do Afeganistão

Na noite de sábado (21), o ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair descreveu o “abandono” do Afeganistão como “trágico, perigoso, desnecessário e não correspondente aos interesses afegãos, muito menos aos nossos”.

Blair — responsável pelo envio de tropas de seu país à guerra afegã, em 2001 — alegou que a decisão de conduzir a retirada tem natureza política e não estratégica.

O ex-premiê insistiu que o Reino Unido tem de refletir bastante após a “pouca ou nenhuma consulta” dos Estados Unidos sobre a política de retirada do Afeganistão.

“Nós britânicos estamos em risco de sermos demovidos à segunda divisão das potências globais”, alertou Blair em artigo publicado ontem. “Talvez não nos importe; ao menos, contudo, deveríamos deliberar antes de tomar tamanha decisão”.

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