O sofrimento humanitário dos palestinos em Gaza atingiu níveis críticos, alertaram ontem (24) experts da Comissão Internacional de Apoio aos Direitos do Povo Palestino (HASHD).
Para o grupo, tanto a Autoridade Palestina (AP) na Cisjordânia ocupada quanto o Comitê Administrativo em Gaza sitiada devem encontrar soluções rápidas para a crise, que abrange economia, serviços, liberdades civis, direitos e questões políticas.
Salah Abdul Ati, presidente do comitê, destacou que a situação trágica na Faixa de Gaza sugere “repercussões destrutivas” ao futuro da região.
A conjuntura atual decorre do cerco militar israelense, destruição massiva de infraestrutura por sucessivos bombardeios da ocupação, altos índices de desemprego e miséria, sanções impostas pela Autoridade Palestina e repercussões do covid-19.
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Abdul Ati argumentou ainda que a escassez de luz elétrica, água e serviços de saúde adequados resultaram no aumento do desemprego e da violência social.
“Gaza está sob severo cerco israelense há mais de 14 anos. Os palestinos sofrem com divisões internas, bloqueio contínuo e covid-19”, comentou o economista Sameer Mudallalah. “Tudo isso levou à deterioração econômica e deixou Gaza à beira do colapso”.
De sua parte, Medhat Abbas, diretor-geral do Ministério da Saúde de Gaza, reportou que sua pasta sobre com a falta generalizada de remédios, equipamentos e outros produtos vitais, como resultado direto do cerco militar israelense.
“Há impactos negativos aos pacientes palestinos em Gaza, sobretudo aqueles que sofrem com câncer ou doenças crônicas”, destacou Abbas.
O médico observou ainda que pacientes que demandam tratamento no exterior são sistematicamente impedidos de viajar pelas autoridades de Israel.