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Atletas paralímpicos do Afeganistão deixaram o país e estão em segurança, diz IPC

Lutadora Zakia Khudadadi, que seria a primeira mulher a competir pelo Afeganistão nos Jogos Paralímpicos [Reprodução]
Lutadora Zakia Khudadadi, que seria a primeira mulher a competir pelo Afeganistão nos Jogos Paralímpicos [Reprodução]

Nesta quarta-feira, 25, o Comitê Paralímpico Internacional (IPC) afirmou que os dois atletas paralímpicos do Afeganistão conseguiram deixar o país com segurança, sem especificar o destino. Zakia Khudadadi, do taekwondo, e Hossain Rasouli, do atletismo, iriam representar o Afeganistão nas Paraolímpiadas de Tóquio, mas com a tomada do país pelo grupo Talibã, os voos foram cancelados e a dupla estava presa entre as milhares de pessoas que tentavam deixar o país.

Antes dos jogos começarem, o IPC anunciou que os dois atletas afegãos não conseguiriam competir, por não conseguirem voos para Tóquio. A bandeira do Afeganistão foi exposta durante a cerimônia de abertura, na terça-feira, carregada por um voluntário. Segundo o presidente do IPC, Andrew Parsons, a bandeira foi incluída em uma “demonstração de solidariedade” após a tomada do poder pelo Talibã.

“Não vou dizer onde eles estão porque isso não se trata de esporte, isso é sobre a vida humana e mantê-los à salvo”, disse. “Nós temos sido informados sobre a localização [do grupo] e seu bem-estar”. “Obviamente eles passaram por um processo bastante traumático e estão sob aconselhamento e ajuda psicológica”, completou.

O porta-voz do IPC, Craig Spence, afirmou que “foram feitos esforços” para retirar os atletas do país e “agora eles estão em um lugar seguro”. “Não vou lhe dizer onde eles estão porque não se trata de esporte, trata-se de vida humana e de manter as pessoas seguras”, afirmou, acrescentando que eles não competiriam e o foco no momento era garantir o bem-estar deles. “Obviamente eles passaram por um processo muito traumático, eles estão passando por aconselhamento e ajuda psicológica”, disse, “estamos sendo mantidos a par sobre seu paradeiro e seu bem-estar”.

O canal de televisão ABC noticiou que os atletas foram para a Austrália, assim como a seleção feminina de futebol.

A lutadora Zakia Khudadadi, de 23 anos, seria a primeira mulher a representar o Afeganistão na história dos jogos paralímpicos. No último dia 17, o Comitê Paralímpico Afegão enviou um vídeo com a atleta pedindo ajuda para conseguir realizar seu sonho de competir nos Jogos de Tóquio.  “Peço a todos vocês, sou uma mulher afegã, e como representante das mulheres afegãs peço a vocês que me ajudem. Minha intenção é participar dos Jogos Paralímpicos de Tóquio 2020, por favor, estendam-me a mão e me ajudem”, disse.

Agora, o único afegão nos jogos paralímpicos é o nadador Abbas Karimi, que compete pela equipe de refugiados, ele deixou seu país em 2013 e vive nos Estados Unidos desde 2016.

O comitê de refugiados abriu o desfile de abertura das paralimpíadas de Tóquio, na terça-feira, liderados por Karimi, e pela síria, Alia Issa.

O nadador afegão Abbas Karimi irá competir na modalidade borboleta (50 metros), nesta sexta, e peito (50 metros) na segunda-feira.

LEIA: Os afegãos venceram o invasor

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