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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Os afegãos venceram o invasor

Soldado do Exército dos EUA (EUA) fazendo revista em um morador local em um posto de controle localizado no leito de um rio seco ao longo do rio Tirin, na província de Uruzgan, no Afeganistão, durante a Operação Liberdade Duradoura [U.S. National Archives/Picryl]

Os afegãos nunca foram invasores de nenhum país, os Estados Unidos da América sob a liderança de Bush Jr. invadiram o Afeganistão e o Iraque. Agora, a América sai do Afeganistão deixando mulheres, homens, crianças e até animais sofrendo com falta de tudo, e um país com problemas graves de desenvolvimento.

A América não deixa os países do Oriente resolverem seus problemas. Vimos como matou  mulheres e crianças em Ramadi, Anbar e Nassíria na guerra ao Iraque em 2003.

O mundo deveria ver que os EUA negligenciam os 100.000 detidos nas prisões do presidente egípcio Abdel Fattah Al-Sisi, que derrubou a democracia, incluindo 271 mulheres e dezenas de crianças.

São do ex-secretário de Defesa dos Estados Unidos, Chuck Hagel, as palavras : “Nunca entendemos a história do Afeganistão, já que ele nunca foi governado por um governo central, os britânicos criaram isso e os soviéticos também, até Alexandre, o Grande. Não entendíamos o a cultura ou a religião ou o tribalismo e todas essas dinâmicas subjacentes. E esta é a nossa situação agora, após 20 anos de intervenção das potências ocidentais e investindo muito dinheiro (dois trilhões de dólares). ”

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Certamente os afegãos se desenvolveram e mudaram e não são os mesmos de 2000, estamos hoje em 2021. Mas o que não mudou é a posição das forças globais e capitalistas na mentira global, sob o pretexto de invadir países e destruir seus povos, ou seja, para impor a sua democracia.

O Talibã não entrou no governo através do diálogo americano-europeu. Ele entrou pela resistência ao colonizador americano e a força das armas. O governante afegão, presidente Ashhraí Ghani,  ainda  durante a presença do exército americano, fugiu para os Emirados e países hostis à liberdade e à democracia. O ex-presidente Donald Trump abordou a questão afegã e lançou um ataque a Ghani, chamando-o de “vigarista” e dizendo suspeitar de que o governante que saiu com muito dinheiro. “Ele lhe disse que ele não era um comandante, e ele fugiria antes dos últimos soldados, e foi isso que aconteceu. “, disse Trump.

Ghani tinha cidadania americana, da qual desistiu para se candidatar à presidência, mas não fugiu para a América, e sim para Abu Dhabi.

Por 20 anos, os Estados Unidos treinaram o exército afegão e pagaram a ele mais de um trilhão de dólares em menos de 20 horas.  Mas esse exército, estimado em 300.000 combatentes, caiu.

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Os Estados Unidos enfrentaram a pior crise em sua imagem externa, com maior reconhecimento de que seus  dirigentes foram bastante derrotados, diante dos donos originais das terras. Ninguém nos disse o número de mortos e vítimas da guerra de 20 anos em solo afegãos  e quanto os exércitos coloniais contribuíram para matar a esperança dos povos. Mas ela se manteve viva entre o povo afegão.

Israel observa essa resiliência.  O jornalista Nahum Barnea, do israelense Yediot, recomenda à ocupação: “O que aconteceu no Afeganistão deve deixar claro para o mundo que Israel nunca deve concordar com o estabelecimento de um estado palestino ou a evacuação de um único dunam na Cisjordânia. Assim que sairmos, a Autoridade Palestina entrará em colapso e suas forças militares desaparecerão. ”

Os ocupantes, sejam eles ocidentais ou orientais, homens ou mulheres de qualquer raça, sua visão é clara: obliterar as feições dos donos originais das terras e matá-los. Hoje sai o ocupante do Afeganistão e amanhã sairá da Palestina. Somente com a firmeza dos donos da terra a vitória será alcançada

As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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