O novo chefe da Agência Judaica está organizando uma viagem à cidade ocupada de Hebron, na Cisjordânia, onde a população de colonos, sobretudo os de extrema direita, continua a crescer em violação ao direito internacional.
Coordenados pela Organização Sionista Mundial (WZO, na sigla em inglês), também liderada por Yaakov Hagoel, funcionários da Agência Judaica, que falaram sob a condição de anonimato ao Haaretz, revelaram que nunca foram convidados a participar de um evento em um local tão “politicamente contencioso”.
Os colonos israelenses realizam regularmente incursões nesta área sob a alegação de fazerem rituais religiosos, apesar do fato de que essa área está sob a soberania da Autoridade Palestina (AP).
Programado para amanhã, os convites foram enviados aos funcionários da WZO e da Agência Judaica, com um itinerário que inclui “um passeio emocionante por Hebron”, uma visita à Mesquita Ibrahimi, que é conhecida pelos judeus como a Caverna dos Patriarcas, e um encontro para orações de selichot.
As orações judaicas tradicionais são ditas na preparação para os Grandes Dias Sagrados de Rosh Hashanah e Yom Kippur.
Segundo o Haaretz, Sylvio Joscowicz, membro do executivo da WZO, se opõe à escolha do local.
Ele disse: “Como estamos entrando no período dos Grandes Dias Sagrados, a meu ver, o movimento sionista deve estar procurando por lugares e eventos que simbolizam o que nos une e não o que nos divide. Existem muitos lugares onde isso pode ser feito, mas, infelizmente, eles optaram por aprofundar as divergências entre nós, em vez de buscar o consenso”.
Yaakov Hagoel tem ocupado o cargo de presidente interino da Agência Judaica desde que Isaac Herzog, o ex-presidente do executivo, tomou posse como presidente de Israel no mês passado, antes que houvesse tempo de nomear seu sucessor na Agência Judaica.