A família do ativista palestino Nizar Banat, morto em custódia de forças de segurança da Autoridade Palestina (AP), em junho, apelou à justiça internacional para solucionar o caso.
Banat, crítico proeminente da Autoridade Palestina e de seu presidente, Mahmoud Abbas, foi assassinado horas depois da polícia palestina invadir sua casa e prendê-lo, na cidade de Hebron (Al-Khalil), no sul da Cisjordânia ocupada.
Nesta quinta-feira (26), advogados do escritório britânico Stoke White, que representa a família, afirmaram em nota que solicitaram à Polícia Metropolitana de Londres a abertura de uma investigação, com base no princípio de jurisdição universal.
A firma de advocacia também exortou diversos ramos do sistema de direitos humanos das Nações Unidas a abrir inquéritos sobre o assassinato de Banat, incluindo o Grupo de Trabalho sobre Detenções Arbitrárias e quatro relatorias especiais.
Em junho, um exame post-mortem demonstrou que Banat sofreu golpes na cabeça, peito, pescoço, pernas e mãos, durante o período de uma hora entre sua prisão e sua morte.
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Os advogados da família observaram ainda que sete oficiais de alto escalão foram identificados nominalmente na queixa, incluindo o Ministro de Assuntos Civis da Autoridade Palestina Hussein al-Sheikh, por suspeita de tortura e crimes de guerra.
“A responsabilidade pelo assassinato de Nizar Banat repousa muito claramente na liderança da Autoridade Palestina, incluindo o presidente Mahmoud Abbas e o premiê Mohammed Shtayyeh”, reiterou Hakan Camuz, chefe de direito internacional da Stoke White.
Na terça-feira (24), as Nações Unidas condenaram em nota a “pressão contínua” imposta pela Autoridade Palestina sobre as liberdades de expressão na Cisjordânia, após a prisão de 20 palestinos que planejavam protestar por justiça sobre o caso de Banat.