O presidente argentino Alberto Fernández foi indiciado nesta quinta-feira (26) por ter realizado uma festa de aniversário da primeira-dama, Fabiola Yáñez, em 14 de julho de 2020, quebrando as regras da quarentena obrigatória.
Fernández recebeu amigos na residência presidencial, em uma festa que aconteceu em segredo e reuniu ao menos 13 pessoas, durante uma dura quarentena em que apenas trabalhadores essenciais podiam circular em Buenos Aires. Naquele período, o confinamento, decretado pelo próprio presidente, definia que era necessário mostrar um certificado para ir a mais de 500 metros de casa ou usar o transporte público.
O caso ficou conhecido nas últimas semanas, quando fotos da festa vazaram para a imprensa.
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O promotor federal Ramiro González acusou Fernández e a esposa de violarem o decreto presidencial; ambos enfrentarão um processo. Se condenado, ele pode receber uma pena de seis meses a dois anos por descumprir a própria regra e colocar em risco a saúde pública, segundo a Folha de São Paulo.
No mesmo dia, Fernández enviou um pedido de absolvição ao juiz responsável pelo caso, Sebastián Casanello, propondo doar ao Instituto Malbrán a metade de seu salário por quatro meses. No pedido de 36 páginas ele argumenta que a “conduta” não afeta seu “bom nome e honra”. Ele argumenta que não houve delito, porque ninguém se contaminou no encontro. “Não foi infringida nenhuma medida sanitária, afinal não houve propagação do vírus Sars-Cov-2.”, segundo a Folha, o juiz não se manifestou.
De acordo com a Reuters, legisladores da oposição tentaram iniciar um julgamento político contra Fernandez, mas há poucas chances de sucesso, porque a maioria dos legisladores está alinhada ao governo.
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