A presença militar do Reino Unido no Afeganistão chegou ao fim após duas décadas, conforme foram retiradas as tropas britânicas remanescentes no país, reportou o Secretário de Defesa Ben Wallace, segundo informações da agência Anadolu.
“Às 21h25 desta noite, o último avião da RAF [Força Aérea Real] deixou o aeroporto de Cabul, encerrando assim a evacuação de militares e oficiais afegãos”, escreveu Wallace no Twitter.
“Em 14 dias, mais de 15 mil pessoas foram transportadas em mais de 165 voos. Devemos nos orgulhar de nossas forças armadas, ao acolher aqueles que vêm em busca de uma vida melhor, e tristes por aqueles deixados para trás”, acrescentou.
Nosso dever com essas pessoas não se encerra com nossa saída. Haverá muitas lições para aprendermos, mas os últimos vinte anos também nos dão exemplos infindáveis de conquistas surpreendentes, bravura e novas amizades. Jamais esqueceremos aqueles que perderam sua vida.
O Primeiro-Ministro Boris Johnson alegou que os soldados britânicos pisaram em solo afegão há vinte anos “com propósito de criar um futuro melhor para o país e para todo seu povo”.
“Sua retirada é um momento para refletir sobre tudo o que sacrificamos e tudo o que conseguimos”, prosseguiu. “A natureza do nosso engajamento no Afeganistão pode ter mudado, mas não nossos objetivos para o país. Agora, usaremos todas as ferramentas diplomáticas e humanitárias ao nosso dispor para preservar os ganhos dos últimos vinte anos e dar ao povo afegão o futuro que merece”.
Mais de 150 mil militares britânicos serviram na campanha afegã e mais de 450 cidadãos britânicos morreram desde o início das operações em 2001, conforme dados oficiais.
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As tropas dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) deixaram Bagram, a maior base aérea do Afeganistão, no início de agosto. Tropas alemãs e italianas partiram no final de junho.
O Reino Unido encerrou oficialmente seu papel de combate em 2014, mas suas tropas permaneceram em solo afegão para conceder apoio às forças da OTAN.
A embaixada britânica foi transferida para o Catar, logo após a ressurgência do grupo Talibã, e deverá operar remotamente.