O porta-voz do Comitê de Negociação em Daraa (sul da Síria) Adnan Al-Masalma confirmou que as negociações com a Rússia e o regime de Bashar Al-Assad para implementar o acordo de trégua assinado em 31 de agosto chegaram a um impasse.
Al-Masalma disse na sexta-feira que o comitê de negociação informou ao de segurança e ao lado russo que a população dos bairros sitiados de Daraa: “Não podemos aceitar as condições de entrega de armas, revistamento de casas e convivência com a presença de postos de controle militar em seus bairros”.
Ele afirmou que, durante as discussões, o comitê de negociação pediu para garantir uma rota segura para as pessoas dos bairros sitiados atravessarem para a Jordânia ou a Turquia.
De acordo com Al-Masalma, o Irã frustrou o resultado alcançado pelo comitê de negociação e a Rússia no acordo anunciado há dois dias.
Em 1º de setembro, Al-Masalma anunciou os detalhes do acordo, que estipula um cessar-fogo imediato e a entrada e implantação de uma patrulha da polícia militar russa em Daraa Al-Balad.
LEIA: Comitê Central de Daraa anuncia o fracasso das negociações com o regime sírio
O acordo prevê a abertura de um centro de regularização da situação de pessoas procuradas, entrega de armas, exame das identidades de moradores de Daraa Al-Balad para detectar a presença de estranhos, implantação de quatro postos de segurança, levantamento do cerco impostas à cidade de Daraa e retorno dos policiais.
Segundo o mesmo acordo, os dois lados concordaram em apresentar serviços a Daraa Al-Balad, trabalhando na libertação dos detidos e revelando o destino dos desaparecidos, cinco dias após a implementação do acordo.
Uma delegação da polícia russa, acompanhada por elementos da Oitava Brigada e oficiais da milícia de Al-Assad, entrou em Daraa Al-Balad no primeiro dia deste mês para consolidar o cessar-fogo e implementar os termos do acordo assinado com os comitês centrais.
O acordo foi alcançado após 71 dias de cerco e bombardeio quase diários em Daraa Al-Balad pela Rússia, milícias de Al-Assad e facções iranianas, após a erupção de manifestações populares contra o regime e a recusa dos moradores em participar das eleições presidenciais.
LEIA: Exército sírio intensifica ofensiva contra reduto rebelde no sudoeste da cidade