Catorze membros das forças de segurança da Autoridade Palestina (AP) serão indiciados por seu envolvimento no assassinato em custódia do ativista palestino Nizar Banat, no fim de junho, confirmou ontem (5) o porta-voz Talal Dweikat à agência de notícias Wafa.
“Conforme conclusão das investigações, os promotores militares decidiram indiciar todos os oficiais que participaram da apreensão de Nizar Banat”, declarou Dweikat.
Entretanto, a família de Banat já expressou seu repúdio sobre a condução das investigações pela Autoridade Palestina e retirou seu apoio de uma comissão preliminar de inquérito que resultou na prisão dos 14 suspeitos, em meados de julho.
Talal insistiu à imprensa local que o comandante da missão e outros membros envolvidos foram acusados de participar no espancamento e assassinato de Banat, além de infrações equivalentes a abuso de poder e quebra de hierarquia.
Banat — crítico de destaque da Autoridade Palestina e seu presidente Mahmoud Abbas — pouco depois das forças policiais invadirem sua casa para detê-lo, na cidade de Hebron (Al-Khalil), na região sul da Cisjordânia ocupada.
Sua morte incitou semanas e semanas de protestos populares por justiça.
Manifestantes exibiram palavras de ordem como “Abbas, ouça-nos, dissolva a AP e fora!”
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Os atos civis rechaçaram ainda a cooperação de segurança entre a Autoridade Palestina e a ocupação israelense, cujo intuito é “perseguir e liquidar” qualquer resistência.
No início deste mês, 24 ativistas palestinos foram presos e brutalmente agredidos por membros das forças de segurança da Autoridade Palestina, enquanto se preparavam para lançar uma vigília na praça Manara, em Ramallah, na Cisjordânia ocupada.
Ainda em junho, uma necropsia demonstrou que Banat sofreu golpes na cabeça, peito, pescoço, pernas e mãos, durante uma única hora entre sua prisão e sua morte.