Os jovens da Tunísia formaram a Aliança Juvenil pela Democracia, com o objetivo de trabalhar para resolver a crise política no país, uma vez que o presidente da República anunciou em julho que estava congelando o parlamento, demitindo o primeiro-ministro e assumindo o poder executivo, relatou a Agência Anadolu.
Yassine Fathali, da Associação Juvenil de Sidi Hussein, foi um dos que formaram a aliança. Ele disse em entrevista coletiva na capital, Túnis, que apoia as decisões do presidente, Kais Saied, com reservas, para garantir que não haja volta à situação anterior.
A maioria dos partidos rejeitou as medidas excepcionais tomadas por Saied, chamando-as de “um golpe contra a constituição”. Aqueles que os apoiam acreditam que o presidente está tomando o único caminho para corrigir o curso da revolução à luz da evolução política, econômica e das crises de saúde.
Fathali expressou preocupação com a opressão dos manifestantes, bem como com os ataques à liberdade de expressão e aos meios de comunicação. Manifestantes foram visados após tomarem as ruas de Túnis em uma manifestação lembrando o assassinato do líder esquerdista Chokri Belaid em 2013. De acordo com a mídia local, as forças de segurança usaram força excessiva para dispersar os manifestantes. As autoridades não emitiram qualquer declaração formal sobre essa alegação.
LEIA: Apoiadoras do Partido Destourian Livre exigem fechamento de filial da IUMS, na Tunísia
Apesar de apoiar as medidas do presidente, Fathali alertou que assumir os poderes legislativo, executivo e judiciário do país “ameaça a democracia” na Tunísia. Ele pediu a Saied “para formar um governo de salvação nacional, realizar eleições legislativas antecipadas e estabelecer um novo parlamento, a fim de retomar o funcionamento das instituições do Estado de acordo com a constituição de 2014”.
O ativista acredita que todos os partidos que participaram de governos desde a revolução de 2011 e a queda do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali contribuíram para a grande decepção do povo e devem compartilhar a responsabilidade pelo atual impasse econômico, social e político.
“Esses partidos deveriam renunciar e dar oportunidade a novos partidos de jovens de mudar o cenário político”, disse ele. “A Aliança Juvenil pela Democracia desenvolverá e apresentará essas propostas ao presidente, Saied, para considerar as demandas da juventude tunisiana marginalizada.”