A Promotoria Pública do Egito decidiu encaminhar os processos contra o ex-presidenciável egípcio Abdel Moneim Aboul Fotouh, seu filho Ahmed e outros 23 réus à Corte Penal de Segurança Pública, conforme ordem emitida na segunda-feira (6).
Além de Aboul Fotouh — líder do partido Egito Forte — e seu filho, entre os acusados estão: seu vice Muhammad al-Qasas; os líderes da Irmandade Muçulmana Ibrahim Mounir, Mahmoud Ezzat e Gamal Heshmat; e Ahmed Taha, proeminente figura da mídia.
Os 25 réus foram indiciados por angariar recursos para atividades terroristas, promover o uso da violência, porte de armas e instituir centros de treinamento, sob o contexto de diversos incidentes que abrangem o período entre 1992 e agosto de 2018.
Além das alegações supracitadas, a Promotoria Pública insistiu que o ex-presidenciável propagou “notícias falsas” para enfraquecer o estado.
Segundo o processo, suas ações “pretendiam alterar o regime à força e adotar atos de hostilidade contra juízes, membros das forças armadas, líderes da polícia e suas instalações”.
Aboul Fotouh — ex-membro da Irmandade Muçulmana de 70 anos de idade — concorreu como candidato independente nas eleições presidenciais de 2012, nas quais recebeu cerca de um quinto dos votos no primeiro turno.
O ex-presidenciável foi detido às vésperas das eleições de março de 2018, na qual o incumbente Abdel Fattah el-Sisi recebeu apoio de seu único adversário e venceu com enorme maioria dos votos, sob indícios de fraude para perpetuar seu regime.
Acredita-se que Aboul Fotouh foi preso por uma série de entrevistas concedidas em Londres no mês anterior, nas quais criticou indiretamente o general Sisi.
LEIA: Desaparecimentos à força continuam no Egito, alertam grupos de direitos humanos