O futuro do gasoduto argelino que passa pelo Marrocos em direção à Espanha continua um mistério, ao passo que persiste o impasse diplomático entre os vizinhos norte-africanos e aproxima-se cada vez mais um prazo limite para o seu uso.
Nesta quarta-feira (8), a estatal argelina Sonatrach confirmou um aumento na capacidade de transmissão anual via Medgaz, que provém um canal alternativo de gás natural ao mercado europeu, de oito bilhões a 10.5 bilhões de metros cúbicos.
Em junho, Taoufik Hajjar, diretor executivo da empresa, insistiu que, caso Rabat queira renovar seu contrato de fornecimento, terá de renegociá-lo. Porém, tanto Argélia quanto Marrocos podem sair em prejuízo com a revogação, no final de outubro.
O gasoduto transporta cerca de três milhões de metros cúbicos anualme nte, além de um bilhão destinado ao consumo marroquino.
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Se o contrato não for renovado, a Argélia perderá um de suas principais opções logísticas, mesmo se o canal direto seja realmente capaz de suprir Espanha e países vizinhos.
Enquanto isso, Israel pode beneficiar-se da rescisão do acordo, pois busca exportar seu próprio gás natural a novos mercados em potencial.
Tel Aviv pode oferecer a Rabat um substituto à cota argelina ou mesmo utilizar o gasoduto no Magreb para ocupar o mercado europeu. Por outro lado, insumos mais distantes poderão implicar em custos maiores à monarquia africana.
O presente contrato expira em 31 de outubro.