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Soldados israelenses em Gaza ostentam má conduta

Gaza tenta construir seu maior barco de pesca de fabricação local

Marceneiros palestinos da Faixa de Gaza estão construindo um enorme barco de pesca, na esperança de prover meios de vida a quinze famílias no território sitiado

Palestinos de Khan Yunis, no sul da Faixa de Gaza, estão construindo um barco de 21 metros de extensão por seis metros de largura, na esperança de navegá-lo dentro de alguns meses, caso as escassas ferramentas estejam disponíveis para concluir o projeto.

Com recursos doados pela Fundação Beit al-Khair, a embarcação já teve de superar diversos obstáculos, sobretudo o cerco imposto há quinze anos contra Gaza, que reduz bastante o acesso a itens necessários para desenvolver os trabalhos.

No entanto, Khaled Alwan, empreiteiro palestino que monitora o projeto, reiterou ter esperanças de que a iniciativa provenha um meio de subsistência às famílias locais. “Se conseguirmos completá-lo, quinze pescadores poderão trabalhar no barco todos os anos”, afirmou.

“A princípio, hesitei em aceitar o projeto devido à falta de capacidade, equipamento e maquinário para cortar madeira”, prosseguiu Alwan.

“Mesmo a madeira de eucalipto, que é essencial para construirmos o casco da embarcação, é muito escassa em Gaza, então tivemos de procurar bastante até conseguir a quantidade necessária, junto de outros tipos de madeira”, acrescentou.

LEIA: Israel diminui restrições a Gaza e expande zona de pesca

Alwan destacou que o barco precisa ainda de um gerador de energia elétrica, um motor adequado, redes de pesca, peças sobressalentes e outros equipamentos. Todavia, a ocupação israelense impede a entrada de tais itens no território sitiado.

Os palestinos são bastante capazes de fabricar embarcações, argumentou, “mas a manutenção do bloqueio israelense e suas repercussões sabotam quaisquer oportunidades e privam o setor pesqueiro de sua modernização”.

O barco continuará como estrutura ancorada no litoral mediterrâneo, caso Israel insista em recusar a entrada de materiais imprescindíveis, advertiu Alwan.

Segundo a Associação dos Pescadores Palestinos de Gaza, quase quatro mil pescadores abrangem a categoria na faixa costeira, o que significa em torno de 50 mil pessoas diretamente dependentes do setor pesqueiro.

A profissão é designada “perigosa” por organizações de direitos humanos, devido a violações e assédio de barcos militares israelenses contra os pescadores de Gaza.

Somente no último ano, foram confirmados ao menos 320 ataques da ocupação contra pescadores nativos, reportou o Sindicato de Comitês de Trabalhadores Agrícolas — aumento substancial em relação aos 63 ataques registrados no ano anterior.

Em agosto, Israel fechou toda a área de pesca aos residentes palestinos por 16 dias.

 

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