O Reino Unido aprovou planos para devolver barcos de refugiados que chegarem à sua costa, aprofundando tensões diplomáticas com a França sobre como lidar com uma nova onda de pessoas que arriscam suas vidas para atravessar o Canal da Mancha.
As informações são da agência Reuters.
Centenas de pequenos barcos tentaram realizar a jornada da França à Inglaterra ao longo deste ano — trata-se de uma das vias marítimas mais movimentadas do mundo.
Os policiais de fronteira serão treinados para devolver os barcos às águas territoriais francesas, mas supostamente empreenderão as novas táticas somente quando considerado seguro, segundo uma fonte do governo em condição de anonimato.
Michael Ellis, procurador-geral britânico em exercício, foi incumbido de elaborar um embasamento legal para adotar a nova estratégia, reportou a fonte.
A Secretaria do Interior recusou-se a conceder detalhes sobre o novo esquema: “Não comentamos rotineiramente sobre atividades operacionais marítimas”.
Em carta vazada à imprensa, o Ministro do Interior da França Gerald Darmanin advertiu para os riscos de devolver barcos ao continente europeu. “Salvaguardar vidas humanas no mar está acima de considerações de nacionalidade, status e política migratória”, afirmou.
Londres e Paris concordaram em julho em empregar maior policiamento e investir em tecnologias de detecção para conter as travessias no Canal da Mancha. A polícia francesa confiscou diversos botes, mas insistiu que isso reduz apenas o fluxo de partida.
Mais de 13 mil refugiados atravessaram a faixa marítima somente este ano. O total de 2021 já supera o ano anterior — com índice estimado em 8.417 requerentes de asilo —, mesmo embora haja mais de um trimestre pela frente.