Os líderes libaneses concordaram nesta sexta-feira (9) com um novo governo, após um ano de impasse político sobre escolhas ministeriais, que exacerbou o colapso da economia nacional.
As informações são da agência Reuters.
Segundo fontes políticas, o avanço sucedeu uma série de contatos de Paris para reunir os líderes sectários do Líbano e iniciar reformas há muito esperadas, sobretudo após a explosão que devastou o porto de Beirute, em agosto do último ano.
No entanto, a chancelaria francesa não comentou os relatos, até então.
A crise efetivamente levou três quartos da população à pobreza e representa a maior ameaça à estabilidade libanesa desde a guerra civil, entre 1975 e 1990.
Um novo ápice foi atingido no mês passado, quando a falta de combustíveis paralisou o país e incitou uma onda de incidentes de segurança, sob receios de escalada e deterioração.
O premiê designado Najib Mikati — muçulmano sunita — e o presidente Michel Aoun — cristão maronita — assinaram um decreto para estabelecer o novo governo, na presença de Nabih Berri — chefe do parlamento e muçulmano xiita.
LEIA: EUA aprovam US$47 milhões para socorrer exército libanês da crise
Youssef Khalil, assessor do Governador do Banco Central Riad Salameh, foi incumbido de liderar o Ministério das Finanças na lista proposta para o gabinete.
Como o atual premiê Hassan Diab, espera-se que seu substituto reúna nomes técnicos para os ministérios, em lugar de indicações políticas ou partidárias.
Fontes alegaram que houve contato intensivo ao longo da noite para chegar a um acordo.
Mikati, político veterano com raízes no empresariado, foi escolhido em julho e prometeu realizar esforços para restaurar negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI).
A formação do governo foi postergada reiteradamente por divergências entre as principais facções políticas do país, sobretudo em torno da distribuição dos assentos.
Mikati é o terceiro premiê designado a tentar compor um governo, desde a renúncia de todo o gabinete há um ano, como resultado imediato da explosão em Beirute.
Saad Hariri — também ex-primeiro-ministro — deixou os esforços neste ano e trocou acusações pelo fracasso com o presidente conservador, aliado do movimento Hezbollah.
Opositores culpam Aoun e seu partido político — o Movimento Livre Patriota — por impedir avanços ao exigir um terço dos ministérios. Aoun, porém, nega as alegações.