O movimento Ennahda da Tunísia disse na quinta-feira que não há solução para a crise do país, exceto por meio de um diálogo nacional abrangente. Solicitou o levantamento das “medidas excepcionais” tomadas pelo presidente Kais Saied em julho.
O anúncio foi assinado pelo presidente do Ennahda, Rashid Ghannouchi, após uma reunião de seus dirigentes executivos.
As medidas impostas por Saied incluem a suspensão das atividades do parlamento e da da imunidade dos parlamentares e a demissão do primeiro-ministro Hichem Mechichi.
Um diálogo nacional abrangente é necessário, disse o movimento, para criar o ambiente certo “para realizar grandes reformas, abrindo um horizonte político e devolvendo o poder ao povo”.
Sobre a possível substituição da Constituição, o Ennahda destacou que: “A Constituição de 2014 representou um contrato social e obteve grande consenso e aprovação popular. Foi o fruto do diálogo nacional que elevou a imagem da Tunísia. Incluía mecanismos para alterar o seu conteúdo , de acordo com um consenso entre todos os partidos políticos e representantes da sociedade civil. ”
Segundo Oualid El Hajjam, assessor de Saied, porém, o sistema político estabelecido pela constituição da Tunísia “não é mais viável”.
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