O novo gabinete do governo libanês aprovou nesta quinta-feira (16) um programa político para abordar uma das piores depressões econômicas na história moderna.
As informações são da agência Reuters.
O Líbano sofre de um gradativo colapso social e financeiro desde 2019, que devastou o valor da moeda nacional em 90% e levou três quartos da população à situação de pobreza.
O governo do novo premiê Najib Mikati — formado há uma semana, após um ano de impasse político severo — reuniu-se no palácio presidencial para aprovar a proposta, agora encaminhada ao parlamento para ratificação.
O documento inclui a retomada das negociações com o Fundo Monetário Internacional (FMI), além de promessas de reestruturação e reforma do setor bancário.
Uma fonte oficial afirmou à Reuters que o programa político foi consentido sem grandes alterações em seu texto-base.
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A moeda libanesa voltou a subir após a formação do governo, atingindo ontem 13.800 libras para cada dólar, após estimativa de 23.000 libras para cada dólar no último mês.
O programa esboçado prevê que o governo de Mikati renovará e ampliará o plano de recuperação econômica previamente utilizado, que estabelece um déficit de US$90 bilhões ao sistema financeiro — índice aprovado pelo FMI.
A escala das perdas no Líbano é um dos pontos de maior atrito para adotar o plano. Ao longo de 2020 e 2021, líderes políticos e banqueiros disputaram os números e as negociações eventualmente foram abandonadas nos últimos meses.
A aceleração da queda na qualidade de vida e a escassez de bens essenciais, como combustíveis e remédios, levou à quase paralisação do país. Alguns analistas sugerem que a gravidade da crise pode levar políticos a adotar medidas antes rechaçadas.