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Separatistas ligados a Abu Dhabi declaram ‘estado de emergência’ no sul do Iêmen

Aidarous al-Zoubaidi, chefe do Conselho de Transição do Sul (CTS), movimento separatista iemenita, em 16 de setembro de 2021 [The Yemen Mirror/Twitter]

Separatistas do Iêmen ligados aos Emirados Árabes Unidos declararam “estado de emergência” nas províncias meridionais, incluindo a cidade portuária de Aden — reivindicada pelo governo exilado em Riad como capital interina do país.

Aidarous al-Zoubaidi, chefe do Conselho de Transição do Sul (CTS), anunciou a medida em discurso televisionado nesta quarta-feira (15), como resposta a protestos populares contra a deterioração das condições de vida e da economia local.

O líder sul-iemenita exortou suas forças a “garantir segurança aos protestos no distrito de Mansoura, assim como interesses públicos e privados”.

Contudo, advertiu: “Elementos que buscam subverter tais protestos legítimos e distorcer suas demandas não serão tolerados”.

Fontes locais em Aden reportaram que centenas de manifestantes fecharam a área em torno do Estádio 22 de Maio, para exigir melhorias urgentes nos serviços básicos, como eletricidade, água e distribuição de insumos de petróleo.

Trata-se do terceiro dia consecutivo de protestos populares — há relatos de incêndios em prédios públicos e veículos estacionados nas ruas.

Manifestantes protestam contra as condições econômicas em Aden, Iêmen

A situação agravou-se com a desvalorização sem precedentes da moeda local.

Segundo a Reuters, dezenas de manifestantes foram feridos pela forte repressão policial; três pessoas morreram — uma em Aden e outra em Mukala, capital de Hadramaut.

“Decidimos protestar após se tornar impossível sobreviver”, declarou Ahmed Saleh, funcionário público de 34 anos. “Não há eletricidade ou água e nossos salários não compram nada! Não vamos esperar até morrer para fazer alguma coisa!”

Em março, centenas de manifestantes invadiram o Palácio Presidencial em Aden, sob protestos similares contra o governo de Abd Rabbuh Mansur Hadi. Diversos oficiais, incluindo o primeiro-ministro Maeen Abdulmalik retornaram então à Arábia Saudita.

Naquele mesmo mês, residentes locais entraram em confronto com forças paramilitares do Conselho de Transição do Sul, que controla a cidade desde agosto de 2019.

LEIA: Assassinato no Iêmen gera protestos nos Estados Unidos

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