A União Geral Tunisiana do Trabalho (UGTT) exortou o presidente Kais Saied a compor um governo interino para enfrentar as crises sociais, econômicas e sanitárias que assolam o país, e assegurar a continuidade de todos os deveres do estado.
Em 25 de julho, Saied apelou ao Artigo 80 da Constituição para destituir o premiê Hicham Mechichi, congelar o parlamento, revogar a imunidade de ministros e indicar a si mesmo como chefe máximo da autoridade executiva até a formação de um novo governo.
No entanto, o presidente conservador, sem partido, ainda prorroga a indicação de um novo primeiro-ministro. A maioria dos partidos rejeita as decisões de Saied, prorrogadas indefinidamente no fim de agosto; críticos denunciam golpe de estado.
A proeminente entidade sindical destacou a urgência de “acelerar a convocação de um governo reduzido, capaz de proporcionar o ambiente adequado para superar a crise e representar o estado tunisiano em todos os fóruns internacionais”.
A UGTT — maior organização trabalhista da Tunísia — alertou em nota: “Qualquer demora neste caminho aprofundará a crise e poderá desmantelar e ameaçar o estado”.
“É preciso determinar o fim do período excepcional e as medidas subsequentes, para sairmos da crise política e do colapso geral dos órgãos públicos”, acrescentou o sindicato.
Tais avanços serão conquistados “conforme consulta e participação … para debater posteriormente alternativas políticas e desenvolvimento nacional e instituir um sistema que cumpra a legitimidade política e popular”, concluiu o comunicado.