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Estudante de medicina pula de prédio; taxa de suicídio aumenta no Egito

Mulher enlutada em 27 de setembro de 2020 [MAHMUD HAMS/AFP via Getty Images]

Um estudante no segundo ano de medicina cometeu suicídio no Egito, ao pular do quarto andar do prédio de sua universidade, na cidade de Seis de Outubro, na província de Gizé.

O falecido deixou como mensagem: “Perdão e obrigado por tudo”.

O incidente abrange uma onda recente de suicídios no país.

Na última semana, uma estudante do quarto ano de odontologia atirou-se do sexto andar do shopping City Stars, na cidade de Nasr. A jovem de 23 anos sofria de depressão devido à pressão de sua família para impedi-la de se mudar, relatou um amigo à imprensa local.

Também na última semana, um homem de 60 anos pulou nos trilhos do metrô na estação de Maadi, distrito meridional da capital egípcia.

Em 2018, após um aumento nos índices de suicídio no metrô, a companhia de transportes do Cairo incitou indignação ao conclamar pessoas com doenças mentais a ficar longe das estações, ao invés de adotar campanhas de saúde e políticas de segurança.

Abdel Hady, porta-voz do metrô, alegou na ocasião que não cabe a “perturbados psicológicos … atrasar a vida de milhões de cidadãos”.

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“Gente fraca de espírito vai às estações e tenta tirar a própria vida ao jogar-se na frente dos trens, que é o meio de transporte mais rápido no Cairo”, reafirmou Hady.

Em agosto, um estudante atirou contra a própria cabeça em Hadayek al-Qubba, após ser reprovado no ensino médio — o oitavo caso registrado na época de provas.

Uma estudante de 18 anos enforcou-se em Kerdasa; outro tomou veneno em Menoufia.

Há também notícias cada vez mais frequentes de tendências suicidas entre os prisioneiros políticos do regime do presidente e general Abdel Fattah el-Sisi, devido às péssimas condições em custódia, incluindo tortura e negligência médica.

Em agosto, Abdulrahman Tariq — conhecido como Mocha — tentou se matar na infame prisão de Tora (Escorpião); o segundo caso em questão de um mês.

Em julho, o blogueiro Mohamed Ibrahim tentou suicídio após 15 meses proibido de receber visitas ou mesmo dinheiro de seus familiares, utilizado para comprar comida.

Ainda em 2021, um adolescente de 15 anos da cidade de Arish, no Sinai do Norte, tentou suicidar-se por overdose de remédios, após três anos de encarceramento — ou seja, desde os 12 anos de idade. Abdullah Boumediene foi salvo, mas permanece na prisão.

No último ano, a família do ativista egípcio Alaa Abdelfattah divulgou um comunicado para advertir sobre suas condições de saúde mental e pensamentos suicidas, após dois anos de “prisão preventiva” — isto é, sem julgamento ou sequer acusação.

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