Grupos da resistência palestina na Faixa de Gaza rejeitaram a proposta da Autoridade Palestina (AP) para conduzir eleições municipais no território sitiado e na Cisjordânia ocupada, meses após o presidente Mahmoud Abbas cancelar eleições legislativas e presidenciais.
O Movimento de Libertação da Palestina descreveu o chamado do governo em Ramallah, sem qualquer consenso, como “intransigência” imposta à arena política dos territórios ocupados, em detrimento do povo palestino e do conceito de comunidade.
“Como podemos crer que o chefe da AP [Abbas] quer eleições quando voltou-se contra os esforços nacionais e cancelou as eleições marcadas para maio?”, questionou o movimento em comunicado. “Agora, fraciona as eleições em nome de odientos interesses partidários”.
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A nota também descreveu a proposta como tentativa de Abbas de ocupar toda a arena palestina e projetar ao mundo uma ilusão de democracia.
“As eleições são uma demanda nacional e popular, mas não na forma e método que quer Abbas”, acrescentou. “As eleições devem incluir o executivo, legislativo e Conselho Nacional; então avançar aos conselhos municipais com base no consenso”.
É preciso ainda “garantias de integridade e respeito aos resultados”, reiterou o movimento.
De sua parte, o Movimento Mujahideen destacou a necessidade de um consenso sobre questões nacionais e o fim de uma política deliberada de exclusão.
“Devemos começar pelo fato de que estamos em fase de libertação nacional, durante a qual precisamos dos esforços e energia de todos, para remover a ocupação como prioridade máxima no estágio atual”, declarou a facção palestina.