O Primeiro-Ministro do Líbano Najib Mikati e o Presidente do Parlamento Nabih Berri expressaram indignação sobre os planos israelenses de avançar em sua exploração de gás natural no Mar Mediterrâneo, segundo informações da imprensa local.
Recentemente, a companhia Halliburton anunciou colaboração com a Energean para trabalhar em três a cinco poços de perfuração em águas territoriais disputadas por Líbano e Israel.
“Não há complacência nessa matéria, tampouco há concessão dos direitos libaneses”, reiterou Mikati. “A ONU deve exercer seu papel em dissuadir Israel e forçá-lo a abandonar suas reiteradas violações sobre a soberania e os direitos libaneses”.
Berri conclamou o Ministério de Relações Exteriores em Beirute a agir imediatamente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, entre outros fóruns, “para verificar a possibilidade de um novo ataque israelense contra a soberania do Líbano”.
“O acordo da entidade israelense sobre os trabalhos e contratos de exploração para a Halliburton e outras empresas, nas águas disputadas, representa uma violação ou mesmo golpe ao contexto acordado sob mediação de Washington e da ONU”, prosseguiu.
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Amal Mudallali, embaixadora libanesa em Nova York, abordou a questão em carta encaminhada ao Secretário-Geral António Guterres e à embaixadora irlandesa Geraldine Byrne Nason, que detém a presidência rotativa do Conselho de Segurança, neste mês de setembro.
Mudallali exortou os estados-membros a intervir na questão — “a fim de evitar qualquer ataque à soberania e aos direitos libaneses … impedir perfurações futuras em áreas disputadas, e dissuadir medidas que ameacem a paz e segurança internacional”.
Segundo o Jerusalem Post, o Ministério de Energia em Tel Aviv insiste que a perfuração não ocorrerá nas águas disputadas, mas sim em uma área considerada israelense.