O Presidente da França Emmanuel Macron voltou a pedir “perdão” aos veteranos argelinos que lutaram pela metrópole colonial durante a Guerra de Independência, no país norte-africano, abandonados posteriormente pelas políticas de Paris.
“Em nome da França, digo aos harkis e seus filhos em alto e bom som: a República tem uma dívida com vocês”, disse Macron durante cerimônia realizada no Palácio do Eliseu, em homenagem aos combatentes argelinos desgarrados.
“Aos combatentes, desejo expressar minha gratidão; jamais esqueceremos”, prosseguiu Macron. “Aos combatentes abandonados, suas famílias que sofreram nos campos e nas prisões, peço perdão; jamais esqueceremos”.
Durante a cerimônia, o presidente francês prometeu propor um projeto de lei para reconhecer e indenizar os veteranos argelinos antes do fim do ano.
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Segundo Macron, a França “ignorou suas obrigações” para com os harkis.
Os harkis são ex-combatentes nativos, estimados em até 200 mil pessoas, que lutaram ao lado do exército francês durante a Guerra da Independência da Argélia, entre 1954 e 1962.
Apenas 42 mil receberam autorização para migrar à França, após o fim do conflito. Contudo, foram então instalados pelo governo europeu em “campos temporários”, sob racismo sistêmico e condições de vida bastante precárias.
Macron deseja reeleger-se nas eleições previstas para abril do próximo ano.