União Europeia apela à “preservação da democracia na Tunísia”

Chefes de governo de países do sul da União Europeia pediram ontem “a preservação da democracia, dos procedimentos constitucionais e do cumprimento da lei na Tunísia”.

“A eficiência do governo tunisiano e seu funcionamento adequado são cruciais diante da atual crise econômica que requer uma solução urgente”, afirmaram os países em comunicado conjunto durante a 8ª Cúpula do Sul da UE.

O comunicado acrescenta que os países europeus continuarão “a dar todo o apoio à Tunísia para superar a crise econômica e social agravada pela pandemia”, destacando a “necessidade de preservar a estabilidade do país”.

Eles também chamaram a atenção para as “causas estruturais da questão da imigração irregular”.

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A cimeira, que decorreu na capital grega, Atenas, contou com a presença dos chefes de Estado de Chipre, Croácia, Espanha, França, Grécia, Itália, Malta, Portugal e Eslovénia. Também a Líbia, a migração irregular e o processo de paz no Oriente Médio.

Em 25 de julho, o presidente tunisiano, Kais Saied, citou o artigo 80 da constituição para demitir o primeiro-ministro Hicham Mechichi, congelar o trabalho do parlamento por 30 dias, levantar a imunidade dos ministros e nomear-se chefe do poder executivo até a formação de um novo governo.

Isso aconteceu depois que protestos violentos estouraram em várias cidades tunisianas criticando a forma como o governo lida com a economia e o coronavírus. Os manifestantes pediram a dissolução do parlamento.

A maioria dos partidos políticos do país considerou a medida um “golpe contra a constituição” e as conquistas da revolução de 2011.

Até o momento, Saied não nomeou um primeiro-ministro e estendeu as medidas de emergência indefinidamente.

O estado de emergência da Tunísia está sendo usado para restringir as liberdades? [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

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