O Comitê de Assuntos Públicos Israelo-Americano (AIPAC) — proeminente grupo de lobby sionista — condenou ontem (21) a remoção de US$1 bilhão de um pacote militar dos Estados Unidos destinado ao sistema de defesa israelense Domo de Ferro.
A declaração da AIPAC sucedeu a supressão de uma cláusula da lei preventiva de gastos pela Câmara dos Representantes em Washington, após congressistas social-democratas contestarem a tramitação do projeto e ameaçarem obstruí-lo.
Em nota indignada no Twitter, alegou o grupo de interesse: “Extremistas no Congresso brincam de política com vidas israelenses e palestinas”
“Pedir a remoção de recursos a um sistema de defesa que salva vidas é uma afronta a nossos valores, impõe risco de maiores conflitos e contradiz o compromisso feito por Joe Biden [presidente dos EUA], com apoio de sua liderança parlamentar”, acrescentou.
Extremists in Congress are playing politics with Israeli & Palestinian lives.
Calling to remove funding for a lifesaving defensive system is an affront to our values, risks further conflict, and is counter to the commitment made by Biden & supported by Congressional leadership.
— AIPAC – Text IRON DOME to 73075 (@AIPAC) September 21, 2021
AIPAC revolta-se com remoção de US$1 bi de pacote militar dos EUA
Insistiu o lobby sionista: “É simples — o Domo de Ferro salva vidas. Obstruir recursos ao Domo de Ferro ajuda terroristas [sic] a matar civis”.
Segundo um relatório de 2020 compilado pelo Serviço de Pesquisa do congresso americano, os Estados Unidos já forneceram ao menos US$1.6 bilhões a Israel para o Domo de Ferro.
O volume de recursos reflete o persistente apoio suprapartidário a Israel.
Enquanto isso, a população civil de Gaza — sob cerco militar — não possui qualquer sistema de defesa diante das bombas avançadas disparadas regularmente pela ocupação.
Durante a ofensiva de maio contra a Faixa de Gaza, Israel lançou cerca de 4.500 mísseis do Domo de Ferro, supostamente para interceptar foguetes palestinos. Os bombardeios ordenados por Tel Aviv mataram ao menos 260 civis — incluindo 65 crianças.